quarta-feira, 11 de junho de 2014

CSA - uma Comunidade que Sustenta a Agricultura de uma cultura do preço para uma cultura do apreço




Vivemos em mundo onde os nossos pensamentos, sentimentos e ações são
permeados por uma ideia mercantilista de que tudo tem seu preço. E que este preço, é
o que determina o valor das coisas: "Quanto mais caro melhor."; "Você vale o que
ganha."; são frases comuns que expressam esta ideia.
Nos propomos hoje, como tarefa, resgatar uma cultura de afeição,
consideração ou “apreço” e sair da cultura do preço. Este é um caminho que precisa
ser reconstruído. Existem iniciativas, que nos ajudam a mudar esta realidade. Uma
delas é o CSA, uma Comunidade que Sustenta a Agricultura. E de que forma o CSA
nos permite desenvolver uma cultura de apreço?
Vamos tentar formar uma imagem de como funciona: Nós precisamos nos
alimentar e por isso necessitamos do agricultor. O agricultor planta e necessita que
seus alimentos sejam consumidos. É só criar a ponte: um caminho para uma
economia comunitária, associativa.
Um grupo de pessoas se liga a um produtor, que produz para este grupo. Esta
comunidade recebe semanalmente seus alimentos. O produtor sabe para quem
produz e quanto vai receber e os membros sabem da onde vêm os alimentos que vão
para sua mesa. O custo total da produção é dividido entre os participantes e assim,
uma cenoura não tem mais um preço determinado pelo mercado, pois não pagamos
pela cenoura e sim contribuímos para que seja possível todo o processo de produção.
Sendo que este custo total baseia-se não apenas no custo de produção de cada item,
mas também num valor adicional que corresponde aos investimentos na propriedade e
na qualidade ambiental da mesma e, principalmente, ao “custo de vida” do produtor,
ou seja, um valor para que o produtor tenha uma qualidade de vida em igualdade de
condições com os consumidores. Estabelece-se assim, novas formas de convivência
social, sob os cuidados de uma economia mais justa, mais fraterna, com mais
“apreço”.
O CSA é baseado na ideia de economia associativa de Rudolf Steiner.
Apreciamos nossos alimentos, porque sabemos de onde eles vêm; que foram
produzidos com amor e respeito pela terra; que estamos evitando o desperdício, os
gastos indiretos com propaganda, embalagens e atravessadores e levando a
fraternidade para a vida econômica.
Um exemplo concreto é o CSA Demétria: O Marcelo e sua família produzem
hoje para 300 famílias. A nossa comunidade esta dividida em diversos pontos a onde
podemos buscar nossos alimentos semanalmente: no bairro Demétria no sitio do
Marcelo, na cidade, na casa da Cynthia e no grupo de agroecologia Timbó, na Unesp.
Em Bauru são 100 família que retiram seus produtos na Viver Escola Waldorf e mais
30 da igreja messiânica na casa do Sr. Mário. Em Ourinhos, no espaco cultural
"Pangea" com a Chris. Também na Demétria, outras iniciativas com mussarela de
búfalas e pães estão em andamento.Para Hermann Pohlmann, artista plástico e professor Waldorf, que impulsionou
esta ideia junto com algumas famílias da Demétria, o CSA trás a possibilidade de se
criar uma obra de arte social, onde as relações humanas podem reencontrar um
equilíbrio saudável.
Em maio os alunos do 11º e 12º anos da Aitiara tiveram a oportunidade de
conhecer e debater sobre o CSA. Os temas tratados foram: Por que CSA? A situação
das famílias no campo. As estatísticas mundiais de desperdício de 50% dos alimentos
e a morte de uma criança a cada 4 segundos por forme. Quais seriam os caminhos
para uma economia associativa? O interesse foi grande por parte dos jovens e alguns
deles transmitiram a ideia do CSA para seus pais.
De forma geral, uma Escola Waldorf também esta estruturada a partir dos
princípios da economia associativa: “A comunidade dos pais sustenta a escola, um
CSE”.
Já existem escolas Waldorfs nos Estados Unidos e na Alemanha, onde os
CSAs representam uma parte importante do processo pedagógico e da comunidade.
Esta ligação se une a ideia de Goethe de uma "Província Pedagógica", aonde todo o
entorno é educativo. As crianças e os jovens aprendem a partir das ações dos adultos,
por exemplo, na agricultura.
Essas Comunidades que Sustentam a Agricultura são um chamado para
apoiarmos a criação de uma consciência integral. As relações humanas locais podem
se desenvolver, ser experimentadas e refletidas. Um campo que se abre para um
pensar, agir e sentir comunitário.
Hermann Pohlmann
Claudia Vivacqua de Figueiredo
www.csaBrasil.org
Voce quer se tornar um membro?
Entre em contato com o Marcelo: 14 99629 4367 vivo

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